28 May 2009

57 - GORONGOSA - NOVA MODALIDADE DE SAFARIS



"ONE AFRICA" INTRODUZ NOVAS FORMAS DE SAFARIS NO
PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA




Acaba de ser divulgado pelo Departamento de Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, o início de uma nova modalidade de safaris neste famoso santuário da vida bravia de Moçambique.

Trata-se de passeios a pé e canoagem a cargo da empresa "One Africa", de origem Zimbabweana.

Os pormenores desta louvável iniciativa constam do comunicado do PNG, que a seguir se reproduz:

“One Africa” acaba de introduzir em regime de exclusividade safaris de passeios a pé (complementados com actividades de canoagem) no Parque Nacional da Gorongosa (PNG), uma área de conservação situada em pleno centro de Moçambique e que possui uma história notável, descrita pela empresa como uma zona selvagem com muito potencial turístico a explorar.

O projecto denominado Explore Gorongosa é a primeira iniciativa privada de ecoturismo a operar no PNG, cuja principal missão é oferecer uma série de caminhadas e canoagens, que visa introduzir os clientes nas maravilhas do mítico ecossistema da grande Gorongosa. Igualmente, vai oferecer várias experiências para a exploração de toda a gama das potencialidades turísticas da região através de expedições especiais às águas termais de Bué - Maria, às cascatas de Murombodzi, na Serra de Gorongosa e visitas às comunidades vizinhas.

De acordo com Rob Janisch, director de “One Africa”, Moçambique é um país extremamente diversificado e onde apenas algumas zonas, sobretudo praias, foram descobertas pelo turismo, mas as suas áreas selvagens situadas no interior, onde se inclui o PNG, têm muito por desvendar.

Rob explicou que uma das razões pelas quais a sua organização privilegia safaris a pé é por serem perfeitamente adequados para uma área de conservação, afirmando que quando alguém anda a pé descobre muitas histórias do mato, através da aprendizagem sobre as árvores e restante vegetação e, naturalmente caminhando mais perto dos animais. A outra grande vantagem no passeio pedestre é que permite chegar mais perto dos pássaros, proporcionando incríveis visualizações e captação fotográfica de pormenores.



“Os enorme espaços abertos e as várzeas ribeirinhas e florestais são ideais para explorar a pé, sem ruído de motores, o que permite ao turista ouvir os sons ao seu redor e ver todos os detalhes da região com ajuda da interpretação dos guias que mantém-no seguro de ataques dos animais selvagens” - acrescentou.


Caminhada na zona das acácias amarelas

Para os safaris do tipo caminhada e canoagem não estão estabelecidos itinerários. As jornadas de passeio cobrindo grupos de até oito pessoas no máximo terão uma programação flexível e acontecerão em diversas áreas do Parque, seguindo os mais altos padrões de segurança e orientação de guias especializados e com experiência na fauna moçambicana.

De acordo com a fonte, embora o serviço principal seja safaris a pé, o Explore Gorongosa irá fazer o que for preciso para explorar plenamente o Parque, como por exemplo, observar o pôr-do-sol enquanto se desfruta uma refrescante bebida ou comer debaixo de um esplêndido céu repleto de estrelas.

Para o efeito, conta com exclusivas tendas móveis e fixas, preparadas para todo o tipo de condições meteorológicas, num acampamento conhecido por “Exploradores”, situado no meio de uma ampla planície no interior do PNG.


Acampamento “Exploradores”


“One Africa” é uma pequena sociedade de gerência de safaris privados de origem zimbabueana fundada em 2006, em Victoria Falls, pelo casal Jos e Rob Janisch.

Ambos, após terem se envolvidos intensivamente ao longo da última década na indústria de safari, tanto no terreno, como na orientação e funções de gestão, perceberam que existem outras oportunidades a explorar na área através de uma abordagem inovadora ao conceito de safaris de ecoturismo.

Nesta perspectiva, estabeleceram vários contactos junto às diversas entidades que gerem o turismo em Moçambique, apresentando propostas para concessões e licenças de exploração de ecoturismo.

Em Moçambique inicialmente conseguiram uma concessão na Reserva do Niassa onde foi aplicado o conceito de luxuosos safaris móveis, resultante da implementação do projecto ecoturístico designado “Moja Explore”, e agora um acordo de cinco anos com o PNG.



O director de “One Africa”, Rob Janisch

Ao divulgarmos esta notícia, ocorre-nos uma outra modalidade turística de grande sucesso que é praticada em vários países africanos e sobretudo nos parques e reservas da fauna bravia. Trata-se do balonismo, que Moçambique ainda não conhece, mas que tudo indica o próprio Parque da Gorongosa poderá vir a ter em breve. Pelo menos uma empesa portuguesa do ramo já se mostrou interessada nessa exploração!

Saudamos todas estas iniciativas porque sabemos que elas contribuem para o desenvolvimento cada vez maior do referido Parque!

Amor-Leiria, 28 de Maio de 2009

Celestino Gonçalves

05 May 2009

56 - GORONGOSA - CONFERÊNCIA EM LISBOA










CONFERÊNCIA


DESENVOLVIMENTO E AMBIENTE


EXPERIÊNCIA DO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA


Integrada no ciclo de conferências "Os Dias do Desenvolvimento '09", promovido pelo Ministério do Ambiente, realizou-se no dia 28 do mês de Abril findo no Centro de Conferências de Lisboa (antiga FIL), uma conferência subordinada ao tema "Desenvolvimento e Ambiente - Experiência do Parque Nacional da Gorongosa".

Foi moderador o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Professor Doutor João Gomes Cravinho e intervenientes Christophe Bouvier, Director Regional do Programa das Nações Unidas para o Ambiente - PNUA (Genebra), Dr Alberto Vaquina, Governador da Provícia de Sofala (Beira - Moçambique) e Vasco Galante, Director da Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa em representação de Greg Carr, Presidente da Fundação Carr que suporta o projecto de restauração deste Parque e que não esteve presente devido ao falecimento de seu pai nos USA.

As intervenções de ambos os representantes de Moçambique, Dr. Alberto Vaquina e Vasco Galante, foram coroadas de prolongadas salvas de palmas, premiando assim o excelente trabalho que ambos apresentaram e que deram uma excelente visão do potencial turístico da Província de Sofala e do Parque Nacional da Gorongosa, assim como dos trabalhos já efectuados e programados para o restauro deste famoso santuário da fauna bravia que esteve prestes a desaparecer nas décadas de 80 e 90 face à guera civíl que grassou na região.

O auditório do CCL registou uma grande audiência, entre a qual se encontravam algumas figuras que no passado estiveram ligadas ao referido Parque, nomeadamente o Coronel Pinto Soares (director na década de 40), Dr. Albano Cortez (director em 1973), Drª Manuela Vilhena (veterinária-colaboradora no período pós independência) e Celestino Gonçalves (fiscal de caça e adjunto de direcção de 1963 a 1969).
O acontecimento mereceu a atenção de vários órgãos de comunicação, nacionais e estrangeiros, entre eles o "Diário de Notícias" que na sua edição de hoje publica um artigo do conceituado jornalista David Borges, encimado com uma bela fotografia do mais representativo animal da Gorongosa - o elefante -, que também ilustra esta notícia.

Pelo excelente relato ali produzido, aqui fica o mencionado artigo:




Milionário americano ajuda a renascer

o Parque da Gorongosa

por: DAVID BORGES



(Hoje)





Fascinantes imagens da província de Sofala e do Parque Nacional da Gorongosa foram há dias trazidas de Moçambique para Lisboa, numa acção seguramente muito promocional e que indicam uma nova aposta do turismo moçambicano. O governador de Sofala, Alberto Vaquina, e o director de comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, Vasco Galante, puseram os circunstantes sob uma autêntica cascata de belezas africanas, faltando a prometida presença de Greg Carr, o milionário americano cuja fundação suporta a revitali-zação do histórico santuário ecológico da Gorongosa, já notícia destacada nos quatro cantos do mundo e que merece importantes páginas na edição de Abril da National Geographic.

Carr não veio a Lisboa (devido ao falecimento do pai) mas mandou dizer, por Vasco Galante, que "este país (Portugal) é muito bonito" e que tem "muitos amigos portugueses", antes de se situar na Gorongosa e na restauração do parque, que está a ser feita no quadro de "um acordo, por vinte anos, com o Governo de Moçambique".

O projecto de restauração tem como duplo objectivo a restauração do ecossistema da região da Gorongosa e a redução da pobreza nas comunidades tradicionais que circundam o parque", e Greg Carr espera que "ambos os objectivos se complementem", já que a restauração da Gorongosa, ajudando a criar "uma grande e próspera indústria turística", vai dar "emprego à comunidade local e impulsionar as actividades económicas na região".

O milionário americano salienta: "Para conservar o parque é preciso o apoio das comunidades locais", para que não haja caça furtiva, derrube de árvores das flo- restas tropicais e poluição das águas que correm para o parque".
"Se as comunidades ajudarem a conservar o parque - acrescenta -, então o parque pode pagar com juros esse favor, libertando a região da sua actual situação de pobreza." E destaca o trabalho a realizar na chamada zona-tampão, que é "uma área de desenvolvimento sustentável que circunda o parque e na qual se ajuda as comunidades locais a melhorar as técnicas agrícolas". "Uma agricultura mais produtiva, e verde, melhora o rendimento das famílias e protege e conserva a terra", afirma, acrescentando que, "se os agricultores obtiverem melhores resultados nas terras, não necessitarão de destruir floresta tropical virgem para expandirem as suas actividades agrícolas".

Noutro plano, e com o apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, nasce um centro de educação comunitária, à entrada do parque, com salas de aula, dormitórios, biblioteca e escritórios e onde as comunidades locais receberão formação sobre conservação, agricultura sustentável e turismo, "descobrindo o que é um parque nacional e novas formas de se relacionarem com o que produzirá benefícios para ambas as partes".

Actualmente, em África, existem mais de 900 parques nacionais e, como diz Greg Carr, "muitos de- les não possuem recursos nem gestão adequada e têm o seu futuro ameaçado", podendo o projecto da Gorongosa ser "replicável", chamando a atenção para o facto de ter África "um terço da biodiversidade terrestre de todo o mundo, muita da qual está representada nos parques, tendo, também, uma parte da pobreza mais gritante do planeta". E se for possível, como salienta, "conservar esses parques para que contribuam para o de-senvolvimento económico das regiões onde estão integrados, estaremos a fazer uma diferença importante neste mundo, quer na preservação da biodiversidade quer na redução da pobreza".

Dr. Alberto Vaquina, Governador da Beira, no uso da palavra!


Tanta coisa para ver na região de Sofala!

Sofala não tem só "o melhor parque natural do mundo" - o da Gorongosa, como o designa o Governador de Sofala, Alberto Vaquina. As atracções sucedem-se nesta região: o camarão, por exemplo. "Só há dois tipos - o de Moçambique, de Sofala, e o do resto do mundo", diz o governador. Tem uma costa de mais de 300 km. E savana, montanha, uma vasta riqueza hídrica e a Gorongosa como santuário de uma espantosa biodiversidade. E a reserva de búfalos de Marromeu e as zonas húmidas do Zambeze e as grutas de Kodzué. E incontáveis monumentos pré-coloniais e coloniais. Sofala é ainda a mítica província da Beira, mítica cidade com o porto e o corredor que tem o seu nome - que vai do interior ao mar.


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA



Vasco Galante apesentando o trabalho sobre a restauração do PNG


Aspecto parcial da assistência no audiotório do CCL

No final da conferência Vasco Galante recebe felicitações. O jornalista David Borges e o Embaixador de Moçambique assistem!

O Coronel Pinto Soares, figura histórica do PNG e da cidade da Beira, é cumprimentado pelo Governador da Provincia de Sofala no final da conferência





Embaixador de Moçambique, Governador de Sofala e Celestino Gonçalves, após a conferência


Vasco Galante, Dr. Albano Cortez e Drª Manuela Vilhena em franca conversa no rescaldo da cerimónia.




Coronel Pinto Soares e Celestino Gonçalves - duas gerações de colaboradores do PNG que se encontram pela primeira vez!


Vasco Galante e o Coronel Pinto Soares - o presente e o passado de figuras muito dedicadas ao Parque Nacional da Gorongosa!





Celestino Gonçalves, Drª Maria José Coimbra, Rita Galvão e Dr Albano Cortez - numa pose antes do almoço na Junqueira no dia da Conferência.


Saudações amigas!


Amor-Leiria, 10 de Maio de 2009


Celestino Gonçalves